OS CUIDADOS COM A PELE DO RECÉM-NASCIDO

24 fevereiro, 2024

Os cuidados com a pele do recém-nascido



A pele do recém-nascido adapta-se rapidamente ao ambiente externo seco e amadurece gradualmente, ao longo da infância, para cumprir o seu papel protetor de barreia.


O vérnix caseoso protege a pele do bebê contra infecções, além de promover hidratação. Dessa forma, caso não haja contra-indicação médica, o primeiro banho do recém-nascido deve ser adiado, até que se obtenha a estabilidade térmica. - o recomendado é que não seja feito antes das primeiras 24 horas de vida.


O recomendado é o banho de imersão, pois promove menor perda de calor – deve ser feito em um Temperatura da água de 37°C e não deve durar mais de 10 minutos. Utilizar produtos de limpeza próprios para bebês e tentar deixar o vérnix o mais intacto possível.


O Coto umbilical deve ser mantido limpo e seco – o uso tópico de álcool a 70% NÃO é mais recomendado. Nos casos de parto domiciliares, aonde não são utilizados materiais estéreis no clampeamento do cordão umbilical, pode ser usado solução ou gel de clorexidina a 4%, 1 vez ao dia.


Os hidratantes, próprios para a pele do bebê, podem ser usados após o banho. A aplicação deve ser cuidadosa, evitando-se acúmulos nas dobras.


A limpeza da região de fraldas deve ser realizada suavemente, com algodão embebido em água. Lenços umedecidos podem ser uma opção, caso não haja água disponível, desde que sejam próprias para o bebê e não contenham irritantes para a pelem como fragrâncias ou álccol. Os cremes de barreira devem ser aplicados após cada troca de fraldas. Se não houver resíduos de fezes, eles não precisam ser removidos totalmente.


A produção de melanina nas crianças é pequena e, por isso, elas são mais suscetíveis aos danos causados pela radiação ultravioleta. Dessa forma, lactentes com menos de 6 meses não devem ser expostos diretamente ao sol, principalmente nos períodos de pico – entre às 10 e 16h. Caso necessário, utilize as barreiras mecânicas, como sombrinha, guarda-sol, boné e roupas de proteção. A partir dos 6 meses, o bebê também poderá utilizar protetores solares próprios para a idade – os que contém óxido de zinco e o dióxido de titânio.  

 

TÓPICOS FUNDAMENTAIS SOBRE ALEITAMENTO MATERNO

21 fevereiro, 2024

1) QUAL A IMPORTÂNCIA DO ALEITAMENTO MATERNO?

O aleitamento materno é considerado padrão ouro e o modo mais natural e seguro de alimentação para as crianças, incluindo os prematuros, devido aos seus aspectos nutricionais e imunológicos. A recomendação é que seja exclusivo até os 6 meses e após deve ser complementado com outros alimentos, porém para os prematuros deve ser considerado a idade gestacional corrigida e as habilidades para deglutição. A amamentação deve ser estimulada até 2 anos ou mais.

O leite humano é composto por uma combinação de proteínas, lipídios, carboidratos, minerais, vitaminas, enzimas e células vivas com benefícios nutricionais, imunológicos, psicológicos e econômicos reconhecidos e inquestionáveis. O colostro é um fluido produzido em pequenas quantidades, mas rico em Imunoglobulina A (IgA), fatores de crescimento, lactoferrina, citocinas anti- e pró-inflamatórias. A recomendação do aleitamento materno tem sido defendida com base nas propriedades imunológicas do leite humano, no seu papel na maturação gastrintestinal, na formação do vínculo mãe-filho e no melhor desempenho neurocomportamental apresentado pelas crianças amamentadas. A a alimentação ao seio é mais fisiológica:. O objetivo nutricional deve ser proporcionar um crescimento e composição corporal semelhantes ao intrauterino sem fazer sobrecarga metabólica para evitar doenças crônicas na fase adulta. 

 2) QUAIS AS VANTAGENS PARA O BEBÊ?

A amamentação supre todas as necessidades dos primeiros meses de vida, para o bebê crescer e se desenvolver sadio.  O leite materno é alimento completo porque: Contém vitaminas, minerais, gorduras, açúcares, proteínas, todos apropriados para o organismo do bebê; Possui muitas substâncias nutritivas e de defesa, que não se encontram no leite de vaca e em nenhum outro leite; O leite da mãe é o alimento ideal para o seu filho. Só ele tem substâncias que protegem o bebê contra doenças como: diarréia (que pode causar desidratação, desnutrição e morte), pneumonias, infecção de ouvido, alergias e muitas outras doenças; O leito materno é limpo e pronto. 

Dar de mamar é um ato de amor e carinho: Faz o bebê sentir-se querido, seguro. Dar de mamar ajuda na prevenção de defeitos na oclusão (fechamento) dos dentes, diminui a incidência de cáries e problemas na fala. Bebês que mamam no peito apresentam melhor crescimento e desenvolvimento. Trabalhos científicos identificam que essas crianças são mais inteligentes. Ele é o alimento ideal, não sendo necessário oferecer água, chá e nenhum outro alimento até os seis meses de idade. 

3) QUAIS AS VANTAGENS PARA A MÃE?

Os olhos nos olhos e o contato contínuo entre mãe e filho fortalecem os laços afetivos, e o envolvimento do pai e familiares favorece o prolongamento da amamentação.

Amamentar logo que o bebê nasce diminui o sangramento da mãe após o parto e faz o útero voltar mais rápido ao tamanho normal, e a diminuição do sangramento previne a anemia materna. Quando o bebê suga adequadamente, a mãe produz dois tipos de substância: Prolactina, que faz os peitos produzirem o leite, e Ocitocina, que libera o leite e faz o útero se contrair, diminuindo o sangramento. Portanto, o bebê deve ser colocado no peito logo após o nascimento, ainda na sala de parto.

É um método natural de planejamento familiar. A amamentação constitui um ótimo meio de evitar uma nova gravidez. Isto se consegue quando 3 condições ocorrem: a mãe ainda não menstruou após o parto, o bebê tem menos de 6 meses e a amamentação é exclusiva durante o dia e também durante a noite. Até o sexto mês, dar somente o peito. O bebê deve mamar sempre que quiser, inclusive durante a madrugada. Isto diminui a chance de nova gravidez se a mãe ainda não menstruou. Desta maneira, o seu corpo continua produzindo quantidade suficiente de hormônios que ajudam a evitar filhos.

4) QUAL A COMPOSIÇÃO DO LEITE?

O colostro é o primeiro leite que sai do peito e é produzido nos primeiros dias após o parto. É importante que o recém-nascido mame o colostro, porque ele contém tudo o que o bebê necessita nos primeiros dias. É produzido em menor quantidade, que é adequada para os primeiros dias. Pode ser claro ou amarelo, grosso ou ralo. O colostro é o alimento que defende o bebê de muitas doenças, por isso é comparado a uma vacina. Depois de alguns dias, o colostro vai mudando de cor. As crianças nascidas antes do tempo ou com peso baixo devem tomar o leite de suas próprias mães porque o leite produzido é especial para os mesmos, ou seja, o leite da mãe tem substâncias nas quantidades necessárias para os seus filhos. O bebê deve mamar logo após o nascimento e todas as vezes que quiser:  Como o leite materno é de digestão mais fácil, às vezes a criança quer mamar mais vezes. O número de mamadas pode variar: No primeiro mês, geralmente as mamadas são mais frequentes. O bebê é quem escolhe o horário de mamar. O bebê é quem decide quanto tempo deve durar a mamada. Mamadas muito longas podem significar “pega” incorreta. O bebê precisa mamar um peito antes de passar para o outro. Assim ele toma o leite do final da mamada, que faz o bebê engordar. Não existe leite fraco. O leite do início da mamada é mais ralo porque contém mais água, açúcar e fatores de proteção. 

5) COMO AMAMENTAR? 

Ao dar de mamar, a mãe deve estar calma e não apressar o bebê.  Quando o peito estiver muito cheio, antes de amamentar, a mãe deve fazer uma ordenha manual para amaciar a aréola. Com os dedos indicador e polegar, ela deve espremer as regiões acima e abaixo do limite da aréola para retirar algumas gotas de leite e amaciar o bico . Encostar o bico do peito na boca do bebê, para ele virar a cabeça e pegar o peito (reflexo da busca). Levar o bebê ao peito e não o peito ao bebê. Segurar o peito com o polegar da mãe acima da aréola e o indicador e a palma da mão abaixo. Isto facilita a “pega” adequada. O bebê abocanhando a maior parte da aréola suga mais leite e evita rachaduras.

Como saber que a “pega” está adequada : Boca bem aberta; Lábios virados para fora; Queixo tocando o peito da mãe; Aréola mais visível na parte superior que na inferior; Bochecha redonda (“cheia”); A língua do bebê deve envolver o bico do peito. A mãe deve ouvir o ritmo cadenciado de sucção, deglutição e pausa.


6) COMO TERMINA A MAMADA?

Geralmente, o bebê solta sozinho o peito. Se for preciso interromper a mamada, a mãe deve colocar a ponta do dedinho no canto da boca do bebê para que ele solte o peito sem machucar. Para o bebê arrotar, a mãe, o pai ou outro familiar deve levantá-lo e apoiar a cabeça no seu ombro e fazer uma leve massagem nas costas. É importante a participação da família neste momento. Outra posição para arrotar é colocar o bebê sentado no colo da mãe, inclinando-o para frente, apoiado com o braço da mãe, voltado para frente com as pernas flexionadas. O peito não precisa de limpeza antes ou após as mamadas. A limpeza no banho diário é suficiente. 

7) COMO ORDENHAR O LEITO MATERNO?

A mãe deve prender os cabelos e usar uma touca de banho ou pano amarrado; Proteger a boca e o nariz com pano ou fralda; Escolher um lugar limpo e tranquilo; Preparar uma vasilha (de preferência um frasco de vidro com tampa plástica) fervida por 15 minutos; Massagear o peito com a ponta de dois dedos iniciando na região mais próxima da aréola indo até a mais distante do peito, apoiando o peito com a outra mão; Massagear por mais tempo as áreas mais doloridas; Apoiar a ponta dos dedos (polegar e indicador) acima e abaixo da aréola, comprimindo o peito contra o tórax. Comprimir com movimentos rítmicos, como se tentasse aproximar as pontas dos dedos, sem deslizar na pele; Desprezar os primeiros jatos e guardar o restante no recipiente.

8) COMO ESTOCAR O LEITE MATERNO?

Se não tem refrigerador, o leite pode ser coletado em vasilha limpa, fervida durante 15 minutos e colocado em local fresco. Para evitar a diarreia, esse leite só deve ser usado até seis horas após a coleta. Se tem geladeira, leite ordenhado pode ser refrigerado com segurança por até 12 horas ou congelado por até 15 dias. Antes de alimentar o bebê com o leite guardado, aqueça em banho-maria. Ofereça o leite ao bebê com colher, copo ou xícara e lembre sempre de jogar fora o que sobrou. 

9) QUAIS OS PROBLEMAS MAIS FREQUENTES RELACIONADOS A AMAMENTAÇÃO?

Fissura ou rachaduras: Ocorre quando o posicionamento ou a pega não estão corretos. Como evitar: Manter os peitos enxutos; Evitar que os peitos fiquem muito cheios ou doloridos; Posicionar o bebê corretamente.

Como tratar rachaduras: Amamentar não deve doer. Posicionar melhor o bebê no peito e corrigir a “pega”; Começar a dar o peito pela mama sadia e depois passar para a mama com rachaduras; Expor as mamas aos raios do sol ou à luz artificial (lâmpada de 40 watts a uma distância de 30 cm); Ordenhar manualmente o excesso de leite para evitar que o leite fi que “empedrado”. Se a mãe tiver febre alta ou muita dor, consultar o médico. Rachadura pode levar ao ingurgitamento (leite empedrado) e este à mastite.

Uma forma de evitar que o leite fique “empedrado” é colocar o bebê para mamar sob livre demanda, sempre que ele quiser. Se as mamas estiverem muito cheias, retirar o excesso e oferecer o peito com maior frequência. Se não melhorar em 24 horas, a mama ficar avermelhada e a mãe tiver febre, deve procurar o médico para evitar complicações como mastite ou abscessos. 


Fonte:  Aleitamento Materno - Ministério da Saúdefile:///C:/Users/renat/Downloads/album_seriado_aleitamento_materno.pdf

 

DOENÇA DIARREICA AGUDA

19 dezembro, 2023

As doenças diarreicas agudas correspondem a um grupo de doenças infecciosas gastrointestinais. São caracterizadas por uma síndrome em que há ocorrência de no mínimo três episódios de diarreia aguda em 24 horas, ou seja, diminuição da consistência das fezes e aumento do número de evacuações, quadro que pode ser acompanhado de náusea, vômito, febre e dor abdominal.

Em geral, são doenças autolimitadas com duração de até 14 dias. Em alguns casos, há presença de muco e sangue, quadro conhecido como disenteria. A depender do agente causador da doença e de características individuais dos pacientes, as DDA podem evoluir clinicamente para quadros de desidratação que variam de leve a grave.

A diarreia também pode ser de origem não infecciosa quando causada por medicamentos, como antibióticos, laxantes e quimioterápicos utilizados para tratamento de câncer, ingestão de grandes quantidades de adoçantes, gorduras não absorvidas, e até uso de bebidas alcoólicas, por exemplo. Além disso, algumas doenças não infecciosas também podem desencadear diarreia, como a doença de Chron, as colites ulcerosas, a doença celíaca, a síndrome do intestino irritável e intolerâncias alimentares como à lactose e ao glúten.

Quais as principais causas?

As doenças diarreicas agudas podem ser causadas por diferentes microrganismos infecciosos (bactérias, vírus, fungos e outros parasitas, como os protozoários) que geram a gastroenterite – inflamação do trato gastrointestinal – que afeta o estômago e o intestino. A infecção é causada por consumo de água e alimentos contaminados, contato com objetos contaminados e também pode ocorrer pelo contato com outras pessoas, por meio de mãos contaminadas, e contato de pessoas com animais.

Quais são os fatores de risco para doenças diarreicas agudas?

Qualquer pessoa, de qualquer faixa etária e gênero, pode manifestar sinais e sintomas das doenças diarreicas agudas após a contaminação. No entanto, alguns comportamentos podem colocar as pessoas em risco e facilitar a contaminação como:

  • Ingestão de água sem tratamento adequado;
  • Consumo de alimentos sem conhecimento da procedência, do preparo e armazenamento;
  • Consumo de leite in natura (sem ferver ou pasteurizar) e derivados;
  • Consumo de produtos cárneos e pescados e mariscos crus ou malcozidos;
  • Consumo de frutas e hortaliças sem higienização adequada;
  • Viagem a locais em que as condições de saneamento e de higiene sejam precárias;
  • Falta de higiene pessoal.

Quais os principais sinais e sintomas?


Ocorrência de no mínimo três episódios de diarreia aguda no período de 24hrs (diminuição da consistência das fezes – fezes líquidas ou amolecidas – e aumento do número de evacuações) podendo ser acompanhados de:

  • Cólicas abdominais;
  • Dor abdominal;
  • Febre;
  • Sangue ou muco nas fezes;
  • Náusea;
  • Vômitos.

Quais são as complicações?


A principal complicação é a desidratação, que se não for corrigida rápida e adequadamente, em grande parte dos casos, especialmente em crianças e idosos, pode causar complicações mais graves. O paciente com diarreia deve estar atento e voltar imediatamente ao serviço de saúde se não melhorar ou se apresentar qualquer um dos sinais e sintomas:

  • Piora da diarreia;
  • Vômitos repetidos;
  • Muita sede;
  • Recusa de alimentos;
  • Sangue nas fezes;
  • Diminuição da urina.

Como é feito o diagnósticco?


No geral, exames não são necessários para o diagnóstico. Nos casos graves ou arrastados, o diagnóstico das causas etiológicas, ou seja, dos microrganismos causadores da diarreia é realizado apenas por exame laboratorial por meio de exames parasitológicos de fezes, cultura de bactérias (coprocultura) e pesquisa de vírus. O diagnóstico laboratorial é importante para determinar o perfil de agentes etiológicos circulantes em determinado local e, na vigência de surtos, para orientar as medidas de controle. Em casos de surto, solicitar orientação da equipe de vigilância epidemiológica do município para coleta de amostras.


O diagnóstico etiológico das Doenças Diarreicas Agudas nem sempre é possível, uma vez que há uma grande dificuldade para a realização das coletas de fezes, o que se deve, entre outras questões, à baixa solicitação de coleta de amostras pelos profissionais de saúde e à reduzida aceitação e coleta pelos pacientes. Desse modo, é importante que o indivíduo doente seja bem esclarecido quanto à relevância da coleta de fezes, especialmente na ocorrência de surtos, casos com desidratação grave, casos que apresentam fezes com sangue e casos suspeitos de cólera a fim de possibilitar a identificação do microrganismo que causou diarreia. Essa informação será útil para prevenir a transmissão da doença para outras pessoas. A coleta de fezes para análise laboratorial é de grande importância para a identificação de agentes circulantes e, especialmente em caso de surtos, para se identificar o agente causador do surto, bem como a fonte da contaminação.


Como é feita a prevenção dos casos?


As intervenções para prevenir a diarreia incluem ações institucionais de saneamento e de saúde, além de ações individuais que devem ser adotadas pela população:

  • Lave sempre as mãos com sabão e água limpa principalmente antes de preparar ou ingerir alimentos, após ir ao banheiro, após utilizar transporte público ou tocar superfícies que possam estar sujas, após tocar em animais, sempre que voltar da rua, antes e depois de amamentar e trocar fraldas;
  • Lave e desinfete as superfícies, os utensílios e equipamentos usados na preparação de alimentos;
  • Proteja os alimentos e as áreas da cozinha contra insetos, animais de estimação e outros animais (guarde os alimentos em recipientes fechados);
  • Trate a água para consumo (após filtrar, ferver ou colocar duas gotas de solução de hipoclorito de sódio a 2,5% para cada litro de água, aguardar por 30 minutos antes de usar);
  • Guarde a água tratada em vasilhas limpas e com tampa, sendo a “boca” estreita para evitar a re-contaminação;
  • Não utilize água de riachos, rios, cacimbas ou poços contaminados para banhar ou beber;
  • Evite o consumo de alimentos crus ou malcozidos (principalmente carnes, pescados e mariscos) e alimentos cujas condições higiênicas, de preparo e acondicionamento, sejam precárias;
  • Ensaque e mantenha a tampa do lixo sempre fechada; quando não houver coleta de lixo, este deve ser enterrado em local apropriado;
  • Use sempre o vaso sanitário, mas se isso não for possível, enterre as fezes sempre longe dos cursos de água;
  • Evite o desmame precoce. Manter o aleitamento materno aumenta a resistência das crianças contra as diarreias.

Como é feito o tratamento? 


O tratamento das doenças diarreicas agudas se fundamenta na prevenção e na rápida correção da desidratação por meio da ingestão de líquidos e solução de sais de reidratação oral (SRO) ou fluidos endovenosos, dependendo do estado de hidratação e da gravidade do caso. Por isso, apenas após a avaliação clínica do paciente, o tratamento adequado deve ser estabelecido. Para indicar o tratamento é imprescindível a avaliação clínica do paciente e do seu estado de hidratação.

A abordagem clínica constitui a coleta de dados importantes na anamnese, como: início dos sinais e sintomas, número de evacuações, presença de muco ou sangue nas fezes, febre, náuseas e vômitos; presença de doenças crônicas; verificação se há parentes ou conhecidos que também adoeceram com os mesmos sinais/sintomas. O exame físico, com enfoque na avaliação do estado de hidratação, é importante para avaliar a presença de desidratação e a instituição do tratamento adequado, além disso, o paciente deve ser pesado, sempre que possível. Se não houver dificuldade de deglutição e o paciente estiver consciente, a alimentação habitual deve ser mantida e deve-se aumentar a ingestão de líquidos, especialmente de água.

O Tratamento com antibiótico deve ser reservado apenas para os casos de DDA com sangue ou muco nas fezes (disenteria) e comprometimento do estado geral ou em caso de cólera com desidratação grave, sempre com acompanhamento médico.

A administração de Zinco, por via oral, uma vez ao dia, durante 10 a 14 dias tem indicação e diminui o tempo de duração do quadro diarreico.

Fonte: Ministério da saúde - doenças diarreicas agudas, 2023





 

DENGUE

17 dezembro, 2023

A dengue é a arbovirose urbana mais prevalente nas Américas, principalmente no Brasil.

Expansão do sorotipo 3 da dengue no Brasil exige atenção, diz virologista

O vírus dengue (DENV) é um arbovírus transmitido pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti e possui quatro sorotipos diferentes (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4). O período do ano com maior transmissão da doença ocorre nos meses mais chuvosos de cada região, geralmente de novembro a maio. O acúmulo de água parada contribui para a proliferação do mosquito e, consequentemente, maior disseminação da doença. É importante evitar água parada, todos os dias, porque os ovos do mosquito podem sobreviver por um ano no ambiente.

Todas as faixas etárias são igualmente suscetíveis à doença, porém as pessoas mais velhas e aquelas que possuem doenças crônicas, como diabetes e hipertensão arterial, têm maior risco de evoluir para casos graves e outras complicações que podem levar à morte. 

Os principais sintomas da dengue são:

  • Febre alta > 38°C;
  • Dor no corpo e articulações;
  • Dor atrás dos olhos;
  • Mal estar;
  • Falta de apetite;
  • Dor de cabeça;
  • Manchas vermelhas no corpo.              

No entanto, a infecção por dengue pode ser assintomática (sem sintomas), apresentar quadro leve, sinais de alarme e de gravidade.

Normalmente, a primeira manifestação da dengue é a febre alta (>38°C), de início abrupto, que geralmente dura de 2 a 7 dias, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, além de prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, e manchas vermelhas na pele. Também podem acontecer erupções e coceira na pele. 

Os sinais de alarme são assim chamados por sinalizarem o extravasamento de plasma e/ou hemorragias que podem levar o paciente a choque grave e óbito. A forma grave da doença inclui dor abdominal intensa e contínua, náuseas, vômitos persistentes e sangramento de mucosas.

Os sinais de alarme são caracterizados principalmente por:

  • Dor abdominal intensa (referida ou à palpação) e contínua;
  • Vômitos persistentes;
  • Acúmulo de líquidos (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico);
  • Hipotensão postural e/ou lipotímia;
  • Letargia e/ou irritabilidade;
  • Hepatomegalia maior do que 2cm abaixo do rebordo costal;
  • Sangramento de mucosa;
  • Aumento progressivo do hematócrito.

A fase crítica tem início com o declínio da febre (período de defervescência), entre o 3° e o 7° dia do início de sintomas. Os sinais de alarme, quando presentes, ocorrem nessa fase. Essa condição marca o início da piora clínica do paciente e sua possível evolução para o choque, por extravasamento plasmático. Sem a identificação e o correto manejo nessa fase, alguns pacientes podem evoluir para as formas graves.

Os casos graves de dengue são caracterizados por sangramento, disfunções de órgãos ou extravasamento de plasma. Ocorre habitualmente entre o 4º e o 5º dia – no intervalo de 3 a 7 dias de doença –, sendo geralmente precedido por sinais de alarme. 

Mulheres grávidas, crianças e pessoas mais velhas (acima de 60 anos) têm maiores riscos de desenvolver complicações pela doença. Os riscos aumentam quando o indivíduo tem alguma doença crônica, como asma brônquica, diabetes mellitus, anemia falciforme, hipertensão, além de infecções prévias por outros sorotipos.

Para o diagnóstico laboratorial da infecção aguda pelo DENV, podem ser realizados os exames descritos a seguir: 

Exames específicos:

Métodos diretos

  • Pesquisa de vírus (isolamento viral por inoculação em células);
  • Pesquisa de genoma do vírus da dengue por transcrição reversa seguida de reação em cadeia da polimerase (RT-PCR).

Métodos indiretos

  • Pesquisa de anticorpos IgM por testes sorológicos (ensaio imunoenzimático – ELISA);
  • Teste de neutralização por redução de placas (PRNT);
  • Inibição da hemaglutinação (IH);
  • Pesquisa de antígeno NS1 (ensaio imunoenzimático – ELISA);
  • Patologia: estudo anatomopatológico seguido de pesquisa de antígenos virais por imuno-histoquímica (IHQ).

 Exames inespecíficos: O hematócrito, a contagem de plaquetas e a dosagem de albumina auxiliam na avaliação e no monitoramento dos pacientes com suspeita ou diagnóstico confirmado de dengue, especialmente os que apresentarem sinais de alarme ou gravidade.

Como prevenir? 

Apesar de promissora, ainda não temos vacinas disponível no SUS. O Imunizante Qdenga, produzida pelo laboratório TAKEDA, foi aprovado pela ANVISA para uso na faixa etária de 4 a 55 anos, porém está disponível apenas na rede privada.  A liberação dessa vacina pelo SUS ainda está em avaliação pelo CONITEC. 

Portanto, o controle do vetor Aedes aegypti é o principal método para a prevenção e controle para a dengue e outras arboviroses urbanas (como chikungunya e Zika), seja pelo manejo integrado de vetores ou pela prevenção pessoal dentro dos domicílios. 

Deve-se reduzir a infestação de mosquitos por meio da eliminação de criadouros, sempre que possível, ou manter os reservatórios e qualquer local que possa acumular água totalmente cobertos com telas/capas/tampas, impedindo a postura de ovos do mosquito Aedes aegypti. Medidas de proteção individual para evitar picadas de mosquitos devem ser adotadas por viajantes e residentes em áreas de transmissão. A proteção contra picadas de mosquito é necessária principalmente ao longo do dia, pois o Aedes aegypti pica principalmente durante o dia.

Recomenda-se as seguintes medidas de proteção individual:

  • Proteger as áreas do corpo que o mosquito possa picar, com o uso de calças e camisas de mangas compridas;
  • Usar repelentes à base de DEET (N-N-dietilmetatoluamida), IR3535 ou de Icaridina nas partes expostas do corpo. Também pode ser aplicado sobre as roupas. O uso deve seguir as indicações do fabricante em relação à faixa etária e à frequência de aplicação. Deve ser observada a existência de registro em órgão competente. Repelentes de insetos contendo DEET, IR3535 ou Icaridina são seguros para uso durante a gravidez, quando usados de acordo com as instruções do fabricante. Em crianças menores de 2 anos de idade, não é recomendado o uso de repelente sem orientação médica. Para crianças entre 2 e 12 anos, usar concentrações até 10% de DEET, no máximo 3 vezes ao dia;
  • A utilização de mosquiteiros sobre a cama, uso de telas em portas e janelas e, quando disponível, ar-condicionado.

Como é feito o tratamento?

    • O tratamento para infecção pelo vírus dengue é baseado principalmente na reposição volêmica adequada, levando-se em consideração o estadiamento da doença (grupos A, B, C e D) segundo os sinais e sintomas apresentados pelo paciente, assim como no reconhecimento precoce dos sinais de alarme. Para os casos leves com quadro sintomático recomenda-se:
        • Repouso relativo, enquanto durar a febre;
        • Estímulo à ingestão de líquidos;
        • Administração de paracetamol ou dipirona em caso de dor ou febre;
        • Não administração de ácido acetilsalicílico ou anti-inflamatórios;
        • Recomendação ao paciente para que retorne imediatamente ao serviço de saúde, em caso de sinais de alarme.
      • Os pacientes que apresentam sinais de alarme ou quadros graves da doença requerem internação para o manejo clínico adequado. Ainda não existe tratamento específico para a doença. A dengue, na maioria dos casos leves, tem cura espontânea depois de 10 dias. É importante ficar atento aos sinais e sintomas da doença, principalmente aqueles que demonstram agravamento do quadro, e procurar assistência na unidade de saúde mais próxima. O indivíduo pode ter dengue até quatro vezes ao longo de sua vida. Isso ocorre porque pode ser infectado com aos quatro diferentes sorotipos do vírus. Uma vez exposto a um determinado sorotipo, após a remissão da doença, o indivíduo para a ter imunidade para aquele sorotipo específico, ficando ainda susceptível aos demais. 
  • Fique atento aos sinais e sintomas da dengue! Ao apresentar os sintomas, é importante procurar um serviço de saúde para diagnóstico e tratamento adequados, todos oferecidos de forma integral e gratuita por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).

  • Fonte: Ministério da Saúde : Dengue — Ministério da Saúde (www.gov.br)
 

ANEMIA FERROPRIVA - CONHECENDO AS ANEMIAS

12 dezembro, 2023

As anemias estão entre as doenças mais frequentes no mundo, acometendo cerca de 1/3 da população mundial, sendo a mais comum a anemia ferropriva. 

Define-se anemia como a redução da concentração de Hemoglobina e/ou da massa eritrocitária. 

A anemia ferropriva, é uma anemia carencial, adquirida por deficiência de ferro no organismo. Essa deficiência provoca uma produção ineficaz dos eritrócitos na medula óssea (fábrica do sangue).

Dessa forma, esses eritrócitos (células responsáveis por levar o oxigênio aos tecidos), levam a uma anemia microcítica e hipocrômica, que se manifesta com sintomas de fadiga e desânimo e sinais de déficits de crescimento e desenvolvimento, além de dificuldades no aprendizado.

Os principais fatores de risco para anemia ferropriva na infância e adolescência são:

1) Baixa reserva materna de ferro: dieta materna deficiente em ferro, e/ou por gestações múltiplas e com pequeno intervalo entre elas, perdas sanguíneas, não suplementação de ferro na gravidez e lactação.

2) Aumento da demanda metabólica: prematuridade e baixo peso ao nascer (<2.500g), lactentes em crescimento rápido, meninas com grandes perdas menstruais e atletas de competição.

3) Diminuição do fornecimento: clampeamento precoce do cordão umbilical (com menos de 1 minuto de vida), aleitamento materno exclusivo prolongado (exclusivo após os 6 meses de vida), alimentação complementar pobre em ferro, consumo de leite de vaca antes de 1 ano de vida, consumo de fórmula infantil com ferro de baixa disponibilidade, ausência ou baixa adesão de suplementação profilática do ferro, quando recomendada.

4) Perdas sanguíneas: traumáticas ou cirúrgicas, por hemorragias diversas, principalmente as gastrointestinais ou ginecológicas, discrasias sanguíneas. 

5) Má absorção do ferro:  síndromes de má absorção como a doença celíaca ou doença inflamatória intestinal, gastrite atrófica ou cirurgias gástricas, redução da acidez gástrica (uso crônico de inibidores de bomba de prótons, antiácidos e bloqueadores H2), 

Quando investigar: a recomendação atual é realizar a investigação laboratorial da deficiência de ferro, com ou sem anemia ao hemograma, aos 12 meses de vida. Porém, na suspeita de anemia ferropriva antes dessa idade, deve-se iniciar essa investigação prontamente.

Solicita-se então, a realização de exames: Hemograma, reticulócitos, ferro sérico, ferritina, capacidade total de ligação do ferro, índice de saturação da transferrina e PCR. 

Recomendações de tratamento: O ferro oral, na dose de 3 a 6 mg/kg/dia de ferro elementar, por 6 meses, ou até a reposição dos estoques (confirmados pelos exames laboratoriais). A efetividade do tratamento deve ser analisada por hemograma e reticulócitos coletados após cerca de 1 mês do início do tratamento.  

Recomendações de profilaxia: lactentes em aleitamento materno exclusivo, sem fatores de risco, recomenda-se a suplementação profilática a partir do 6° mês de vida até os dois anos de vida - fazer suplementação com 1 mg/kg/dia de ferro elementar, dos 180 dias de vida até o 24° mês de vida. 

Na presença de fatores de risco, independente do tipo da alimentação, a suplementação deverá ser iniciada aos 90 dias de vida e mantido até o 24° dia de vida, também na dose de 1 mg/kg/dia de ferro elementar.

Para Os recém-nacidos a termo, porém com peso de nascimento inferior a 2.500g, a profilaxia deverá ser iniciada aos 30 dias de vida, com a dose de 2 mg/kg/dia de ferro elementar,  até o final do 1° anos. Após, reduzir para 1 mg/kg/dia de ferro elementar, até o final de 2° ano. 

Para Os recém-nacidos prematuros, com peso de nascimento superior a 1.500g, a profilaxia deverá ser iniciada aos 30 dias de vida, com a dose de 2 mg/kg/dia de ferro elementar,  até o final do 1° anos. Após, reduzir para 1 mg/kg/dia de ferro elementar, até o final de 2° ano. 

Para Os recém-nacidos prematuros, com peso de nascimento de 1.000g a 1.500g, a profilaxia deverá ser iniciada aos 30 dias de vida, com a dose de 3 mg/kg/dia de ferro elementar,  até o final do 1° anos. Após, reduzir para 1 mg/kg/dia de ferro elementar, até o final de 2° ano. 

Para Os recém-nacidos prematuros, com peso de nascimento inferior a 1.000g, a profilaxia deverá ser iniciada aos 30 dias de vida, com a dose de 4 mg/kg/dia de ferro elementar,  até o final do 1° anos. Após, reduzir para 1 mg/kg/dia de ferro elementar, até o final de 2° ano. 


Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria, Consenso sobre anemia ferropriva, atualizado em 2021.

 

ANEMIA FALCIFORME - CONHECENDO AS ANEMIAS

9 dezembro, 2023

A anemia falciforme é uma doença genética e hereditária, o que significa que, na maior parte dos casos, é transmitida dos pais para os filhos. Embora os pais possam não ter a doença falciforme, se ambos possuírem o traço da doença (gene AS (ou hemoglobina AS)), isso os tornam portadores da doença e faz com que existam chances do filho ter a doença (25% de chance) ou ser portador (50% de chance) da doença.

Essa alteração genética, que desencadeia erros no gene da hemoglobina (a proteína responsável pelo transporte de oxigênio nas hemácias), causa deformação no formato das hemácias (glóbulos vermelhos), que, em vez de terem a forma de um disco, ficam com uma forma semelhante a uma foice ou meia lua. Assim, elas são destruídas com mais rapidez e se tornam menos capazes de transportar o oxigênio pelo corpo, o que causa os sintomas típicos de anemia como cansaço excessivo e palidez. Além disso, esta forma alterada das hemácias aumenta ainda o risco de obstrução dos vasos sanguíneos da microcirculação, o que pode levar a outros sintomas da anemia falciforme por má vascularização, como dor generalizada.

A Doença Falciforme (DF) é caracterizada por uma mutação no gene que produz a hemoglobina (HbA)fazendo surgir uma hemoglobina mutante denominada S (HbS), que é de herança recessiva. Existem outras hemoglobinas mutantes: C, D, E,  etc., que em par com a S constitui-se num grupo denominado de doença falciforme. A anemia falciforme é a forma HbSS. Apesar das particularidades que distinguem as doenças falciformes e das variadas gravidades, todas essas doenças têm manifestações clínicas e hematológicas semelhantes.

Os Principais sinais e sintomas: A anemia falciforme causa sintomas semelhantes a qualquer outro tipo de anemia, como cansaço, palidez e sono. No entanto, também pode apresentar outros sintomas característicos de isquemia por má vascularização de tecidos (principalmente em ossos e na medula óssea):

  • Dor nos ossos e nas articulações porque o oxigênio chega em menor quantidade, principalmente nas extremidades, como mãos e pés;
  • Crises de dor no abdome, tórax e região lombar, devido a morte das células da medula óssea, e pode ter associação com febre, vômitos e urina escura ou com sangue;
  • Infecções frequentes porque os glóbulos vermelhos podem danificar o baço, que é um órgão importante no combate a infecções;
  • Atraso no crescimento e da puberdade, pois os glóbulos vermelhos da anemia falciforme fornecem menos oxigênio e nutrientes para o corpo crescer e se desenvolver;
  • Olhos e pele amarelados devido ao fato dos glóbulos vermelhos "morrerem" mais rapidamente e, por isso, o pigmento bilirrubina se acumular no organismo causando a cor amarelada na pele e olhos.

Estes sintomas aparecem, geralmente, após os 4 meses de idade, mas o diagnóstico geralmente é feito nos primeiros dias de vida, desde que o recém-nascido faça o teste do pezinho. Crianças a partir dos quatro meses de idade, jovens e adultos que ainda não fizeram diagnóstico para detecção da doença podem realizar o exame de sangue chamado eletroforese de hemoglobina. 


Como é feito o tratamento: O tratamento para anemia falciforme é feito com o uso de medicamentos e em alguns casos pode ser necessária a transfusão sanguínea.

Os medicamentos utilizados são principalmente Penicilina nas crianças desde os 2 meses até aos 5 anos de idade, para evitar o aparecimento de complicações como a pneumonia, por exemplo. Além disso, podem também ser utilizados remédios analgésicos e anti-inflamatórios para aliviar a dor durante uma crise e inclusive suplementação com oxigênio para aumentar a quantidade de oxigênio no sangue e facilitar a respiração.

O tratamento da anemia falciforme deve ser realizado por toda a vida porque estes pacientes podem apresentar infecções frequentes. A febre pode indicar infecção e por isso se a pessoa com anemia falciforme apresentar febre deve ir imediatamente ao médico porque pode desenvolver quadros graves de forma rápida e até fatal. 


Anemia falciforme tem cura? Até o momento, o tratamento realizado para a anemia falciforme não leva à cura, já que é uma doença genética, sendo realizado para aliviar os sintomas e prevenir complicações.

No entanto, é possível alcançar a cura, em alguns casos, através da realização do transplante de células tronco hematopoiéticas, que são as células precursoras das células do sangue, havendo a formação de hemácias saudáveis. Recentemente, as primeiras terapias genéticas, chamadas Casgevy e Lyfgenia, foram liberadas nos Estados Unidos para pacientes acima de 12 anos. No Brasil, os produtos não estão liberados.

 

A CONSULTA PEDIÁTRICA NO PRÉ NATAL - O QUE ESPERAR?

1 dezembro, 2023

A inserção do pediatra no terceiro trimestre do pré-natal representa uma oportunidade de antecipação de riscos e planejamento de estratégias para enfrentar e resolver situações do cotidiano dos bebês.

Transformar os pais em cuidadores eficientes dos seus filhos é um dos objetivos desta consulta.

O período dos primeiros 1.000 dias de vida (desde a concepção até os dois anos de idade) é decisivo para a definição da saúde da criança e do futuro adulto. É nesse período que a morbimortalidade infantil pode ser reduzida por intervenções adequadas do sistema de saúde e da família. 

A gestante deverá comparecer a consulta acompanhada de quem compartilhará com ela os cuidados e a responsabilidade com o bebê, seja o (a) companheiro (a) ou outro membro da família.

É importante que leve para a consulta a documentação da gestação: o cartão de pré-natal, o cartão de vacinação da gestante, os resultados dos exames complementares realizados (laboratoriais e de imagem) e prescrições de fármacos em uso.

Durante esta intervenção eminentemente preventiva,  o pediatra conversará com a mãe sobre vários aspectos da gestação, parto, nascimento e acompanhamento da saúde da criança, como:

     a) Intercorrências no pré-natal: esclarecer sobre o diagnóstico pré-natal de doenças maternas, síndromes genéticas e malformações, objetivando orientar, apoiar e envolver a família nos cuidados adequados às crianças com necessidades especiais.

    b) Prevenção de doenças infecciosas: investigar infecções intercorrentes na gestação e esclarecer sobre a possibilidade de transmissão vertical. É também o momento de orientar sobre a vacinação da gestante, da puérpera e do núcleo familiar, bem como sobre as primeiras vacinas do RN

    c) Vias de parto: a indicação da via de parto (vaginal ou cesárea) deverá ser discutida com o obstetra e com o casal, sempre buscando o melhor para o binômio mãe-filho.

    d) Assistência pediátrica em sala de parto: orientar a família sobre todas as ações do pediatra em sala de parto, e que sua presença é indispensável para um nascimento seguro; o uso da vitamina K via intramuscular para evitar a doença hemorrágica do RN e o uso de colírio para prevenção de conjuntivite infecciosa no RN;

     e) Aleitamento materno: orientações sobre aleitamento materno e sobre o cuidado e o preparo das mamas, o início precoce da amamentação e a sua manutenção de forma exclusiva até os seis meses e complementada até os dois anos de idade. Também deve ser discutida a pega adequada como prevenção de fissuras em mamilos, as técnicas de extração, conservação e oferta do leite materno extraído, quando necessário, a contraindicação do aleitamento “cruzado” e do uso de chupetas e mamadeiras.

    f) Testes de triagem neonatal: conscientizar sobre a importância não só de realizá-los, mas também de mostrar os resultados ao pediatra o mais precocemente possível;

    g) Impacto do nascimento da criança para a família: discutir sobre as mudanças na rotina familiar e sua adaptação à chegada do RN,

    h) Aspectos gerais sobre os cuidados com o RN: orientar os pais para prestar os cuidados adequados ao bebê, desde o nascimento até a alta da maternidade e em casa. 

    i) Segurança da criança: preparar os pais para os cuidados adequados ao bebê, para identificar os sinais de alerta no RN que podem sugerir riscos para a saúde da criança

 

PREVENÇÃO DE ACIDENTES - Dos 12 anos 19 anos de vida

29 novembro, 2023

" Prevenir é melhor do que remediar"

Na infância e parte da adolescência, a maioria dos acidentes acontece no local de moradia da criança e no entorno, traumas esses que poderiam ser evitados na grande maioria das vezes e, com medidas simples de prevenção e proteção. No entanto, acontecem em números assustadores e podem deixar sequelas para toda a vida

A residência e seu entorno, quando se tem crianças e adolescentes, seja como moradores, seja como visitas, devem estar preparados para as possibilidades de sua exploração e de suas tentativas de descobertas, além dos desafios próprios de cada idade, para que se retirem os riscos dos acidentes.

PRINCIPAIS MEDIDAS DE PROTEÇÃO POR FAIXA ETÁRIA:

- Dos 12 anos aos 19 anos de vida:

Na adolescência a autonomia do ir e vir aumenta, mas ainda é preciso lembrar que, especialmente nos primeiros anos da adolescência, a insegurança, a indecisão e a necessidade de se unir a grupos e a procurar destaques entre esses é uma constante. Todos os cuidados anteriores se aplicam ao adolescente e, se bem ensinadas e explicadas as normas de proteção, ter-se-á menores chances de traumas acidentais. Nessa faixa etária, os acidentes de fora do ambiente doméstico tomam maior proporção, no trânsito, os afogamentos, as quedas, queimaduras e, os com armas de fogo, especialmente quando se soma a utilização de álcool e drogas. Fundamental discutir com estes indivíduos o autocuidado, a autoestima e os riscos aos quais estão expostos. Dar o exemplo de um bom comportamento como pais e responsáveis, de respeito a si mesmo e ao outro, e, a si mesmo é a melhor forma de evitar comportamentos de risco e de desafios, muitas vezes mortais. Ensinar a andar sozinho na rua, respeitando os sinais de trânsito é uma forma de prevenção muito fácil de se aplicar. Com a evolução da tecnologia e equipamentos, tem-se hoje uma oferta muito extensa de novas brincadeiras e esportes, e, novos riscos. Além de toda prevenção já apresentada, é preciso atenção em:

1. Esportes radicais: é preciso sempre se assegurar que os equipamentos e local onde vão ser utilizados sejam realmente seguros e testados pelas normas nacionais de segurança.

2. Qualquer esporte só deve ser praticado com os equipamentos de segurança, como o capacete e protetores de membros na bicicleta, patins, skates e carrinhos de corrida.

3. Cuidado com os jogos e desafios da internet. Muitos apresentados como jogos, acabam por ser desafios produzidos com intuito perverso, com riscos gravíssimos de danos físicos e até mesmo de morte, como o desafio do desmaio, da aspiração de canela, de pimenta, do desodorante... O uso da internet precisa sempre ser supervisionado, para que não se acrescente aos riscos do mundo real, os do mundo virtual. São muitas as consequências do uso exagerado.

4. Não permita o manuseio pelo adolescente de substâncias que lhe possam causar danos, como produtos tóxicos, cáusticos, inflamáveis, pesticidas ou venenos.

5. Não permita o acesso do adolescente a qualquer tipo de arma, branca ou de fogo.

6. Mantenha toda e qualquer medicação fora de seu alcance sempre.


Fonte: Manual de Orientação da Sociedade Brasileira de Pediatria, Departamento científico de segurança.

 

PREVENÇÃO DE ACIDENTES - Dos 5 aos 11 anos de vida

29 novembro, 2023

" Prevenir é melhor do que remediar"

Na infância e parte da adolescência, a maioria dos acidentes acontece no local de moradia da criança e no entorno, traumas esses que poderiam ser evitados na grande maioria das vezes e, com medidas simples de prevenção e proteção. No entanto, acontecem em números assustadores e podem deixar sequelas para toda a vida

A residência e seu entorno, quando se tem crianças e adolescentes, seja como moradores, seja como visitas, devem estar preparados para as possibilidades de sua exploração e de suas tentativas de descobertas, além dos desafios próprios de cada idade, para que se retirem os riscos dos acidentes.

PRINCIPAIS MEDIDAS DE PROTEÇÃO POR FAIXA ETÁRIA:

- Dos 5 anos aos 11 anos de idade:

Nessa etapa de desenvolvimento muitas mudanças vão ocorrer com a criança, tanto pelo crescimento físico, como intelectual e psíquico. Sua capacidade física e de desafiar o mundo adulto para se igualar a ele, ou demonstrar suas possibilidades de decisões exigem dos pais uma atenção muito especial. O incentivo à independência progressiva e à responsabilização pelos seus atos são pilares para que a criança desenvolva seu potencial, mas aprenda seus limites e inicie um bom cuidado de si mesma. 

Pelo espelhamento, terá maior chance de reproduzir comportamentos dos pais e responsáveis, que entende como certos. Assim, o bom exemplo é fundamental. Portanto, devemos lembrar sempre que o modelo de certo e errado que queremos dar às nossas crianças e, como medidas de proteção, além das já apontadas, é preciso prevenir:

1. Quedas: a. A exploração de lugares além da casa pode se tornar intensa e as quedas de muros, lajes, árvores e brinquedos em parques é comum. A orientação e supervisão dos responsáveis é fundamental,

b. Os brinquedos de locomoção vão se transformando e, seja de bicicleta, patinetes, “skate” ou outros, os equipamentos de segurança como já enumerados – capacete, cotoveleira, joelheira e tornozeleira – devem ser condição de uso do brinquedo, independentemente do local, trecho ou tempo de uso,

c. O uso do celular ou outras telas do mundo virtual não pode ser permitido quando em vias públicas, ou quando a criança está em movimento, pelo desvio de atenção que desencadeia. É preciso lembrar que o uso das telas nessa idade não deve exceder uma hora ao dia e não pode servir de companhia ou terceirização do cuidar.

2. Atropelamentos e acidentes com veículos automotores: a. Os números de atropelamentos aumentam muito de número nessa faixa etária e, é preciso lembrar que até os doze anos, a criança não tem bom discernimento de perigo, nem bem desenvolvido o senso de distância de objetos, especialmente em movimento, como no atravessar de uma rua. A maioria dos atropelamentos acontece perto da casa da criança, ou da escola ou ainda em lugares conhecidos, onde ela e seus responsáveis costumam ficar mais distraídos. Por isso, antes dos 12 anos a criança não deve andar desacompanhada de um adulto cuidador,

b. Como passageira de veículos automotores, a criança deve ir no banco de trás do carro, em cadeira apropriada à sua idade, tamanho e peso, mantida protegida com o cinto de segurança do veículo, preferencialmente de três pontos,

c. Para as crianças maiores de 7 a 8 anos, dependendo de sua altura, o assento elevador – booster – pode ser suficiente, com o uso do cinto de segurança de três pontos,

d. As leis do trânsito devem ser respeitadas pelo adulto que dirige o veículo, pois é dele a responsabilidade da vida e bem estar dos outros ocupantes. Da mesma forma é sua responsabilidade o ensinamento à criança da obrigatoriedade de seguir as normas de segurança, para a proteção de todos,

e. O uso de bicicletas, patinetes e skates devem acontecer em áreas protegidas e, sempre com equipamentos de segurança. A supervisão do adulto sempre deve ser mantida.

3. Afogamentos: a. É uma das maiores causas de mortes acidentais nessa faixa etária e é preciso lembrar que a diversão que envolva atividades aquáticas deve acontecer sempre com a presença e olhar atento do adulto cuidador e com os equipamentos de segurança, como o colete salva-vidas,

b. As atividades aquáticas em grupos podem impossibilitar a supervisão e proteção de todos. Da mesma forma, festas e reuniões com vários adultos e crianças são de maiores risco, pois um pode confiar que o outro estaria cuidando e, os afogamentos acontecem,

c. Cuidem sempre das crianças que estejam na água, pois mesmo se tratando de crianças que sabem nadar, o risco de afogamento não desaparece,

d. Grande atenção deve ser dada em parques aquáticos e brinquedos radicais, onde além do risco de afogamentos, se somam os perigos de quedas e traumas por impacto.


Fonte: Manual de Orientação da Sociedade Brasileira de Pediatria, Departamento científico de segurança.

 

PREVENÇÃO DE ACIDENTES - Dos 12 meses aos 4 anos de vida

29 novembro, 2023

" Prevenir é melhor do que remediar"

Na infância e parte da adolescência, a maioria dos acidentes acontece no local de moradia da criança e no entorno, traumas esses que poderiam ser evitados na grande maioria das vezes e, com medidas simples de prevenção e proteção. No entanto, acontecem em números assustadores e podem deixar sequelas para toda a vida

A residência e seu entorno, quando se tem crianças e adolescentes, seja como moradores, seja como visitas, devem estar preparados para as possibilidades de sua exploração e de suas tentativas de descobertas, além dos desafios próprios de cada idade, para que se retirem os riscos dos acidentes.

PRINCIPAIS MEDIDAS DE PROTEÇÃO POR FAIXA ETÁRIA:

- Dos 12 meses aos 4 anos de vida:

O desenvolvimento neuropsicomotor vai dar à criança maior possibilidade de observação do mundo adulto e a capacidade de tentar imitar o que vê as pessoas fazerem à sua volta. No entanto, a relação de causa e efeito vai se desenvolver aos poucos, na dependência do que lhe é ensinado e sua capacidade de entendimento e elaboração. Assim, caso a criança pequena suba alguns degraus de uma escada e caia, ela não vai entender que foi seu ato de subir e o seu desequilíbrio que lhe provocou aquela dor. Por isso, a ideia antiga de que a criança aprende a não cair, caindo, não é verdadeira! A proteção passiva, a fala e a demonstração paciente dos riscos para a criança é que vão dar a ela, com o crescimento, a noção do perigo e da necessidade de proteção. Mesmo assim, a sua impulsividade e o não saber avaliar todas as consequências de seus atos, podem levá-la a se expor a riscos repetidamente. Por isso, a supervisão ativa e de perto do adulto cuidador é sempre necessária. Os lugares mais altos e especialmente aqueles fora de sua linha de visão serão objetos de pesquisa e, logo ela vai tentar escalar os móveis, utensílios, janelas e sacadas. Será capaz de empurrar cadeiras, brinquedos e objetos para tentar subir e alcançar novidades que a interessaram. Assim, somam-se aos cuidados anteriores a prevenção de:

1. Quedas: a. Com a possibilidade do andar, todos os ambientes serão explorados pela criança, que nunca deve ficar sozinha, nem sob a guarda de outra criança,

b. Coloque telas nas janelas, sacadas e vãos desprotegidos, como laterais de escadas. Não deixe objetos, cadeiras, sofás e outros apoios próximos desses lugares de risco,

c. Cuidado com superfícies molhadas e escorregadias que provocam o desequilíbrio e as quedas. O banheiro, pisos em geral e calçadas em volta de piscinas que estejam molhados devem ser proibidos para brincadeiras,

d. Escolha bem os brinquedos de locomoção, como triciclos, patinetes e skates, que tenham uma base segura e não tombem com facilidade, e que suportem o peso da criança. Devem ser utilizados em locais apropriados, nunca em via pública, e, sempre com os equipamentos de segurança, como capacete, joelheiras, tornozeleiras e cotoveleiras, 

e. Cuidado com as camas tipo beliche – não oferecem segurança em nenhuma idade. Mesmo com proteção nas laterais, não é indicada nos primeiros anos de vida e, para as crianças maiores, além da necessidade de proteção lateral, a cama de cima não deve ser mais alta que a altura da criança,

f. Nunca deixe a criança sozinha, sem um adulto cuidador atento a ela,

g. Para andar a pé com a criança em vias públicas, leve-a no colo, ou no carrinho adequado à idade, com cinto de segurança, ou ainda, se maiores, bem seguras pela mão,

h. Atravesse as ruas sempre pela faixa de segurança, de preferência em semáforos, ou, se em autopistas e estradas, se existentes, por passarelas,

i. Mantenha produtos de limpeza e medicamentos em lugares altos e longe do alcance da criança e do adolescente,

j. Não tenha em casa álcool, produtos inflamáveis, tóxicos, cáusticos ou que possam causar envenenamentos,

k. Medicamentos devem ser armazenados em lugares inacessíveis pela criança. Nunca os deixe em bolsas ou prateleiras. Medicação psicoativa precisa de um cuidado ainda maior. Caso necessitem de qualquer tipo de medicação, evitem guardá-la, manuseá-la ou toma-la sob a visão da criança.


Fonte: Manual de Orientação da Sociedade Brasileira de Pediatria, Departamento científico de segurança.

 

PREVENÇÃO DE ACIDENTES - Dos 5 meses aos 12 meses de vida

29 novembro, 2023

" Prevenir é melhor do que remediar"

Na infância e parte da adolescência, a maioria dos acidentes acontece no local de moradia da criança e no entorno, traumas esses que poderiam ser evitados na grande maioria das vezes e, com medidas simples de prevenção e proteção. No entanto, acontecem em números assustadores e podem deixar sequelas para toda a vida

A residência e seu entorno, quando se tem crianças e adolescentes, seja como moradores, seja como visitas, devem estar preparados para as possibilidades de sua exploração e de suas tentativas de descobertas, além dos desafios próprios de cada idade, para que se retirem os riscos dos acidentes.

PRINCIPAIS MEDIDAS DE PROTEÇÃO POR FAIXA ETÁRIA:

- Dos 5 meses aos 12 meses de vida:

A partir do quarto ao quinto mês de vida, o bebê já reconhece as suas mãos e vai passar a utilizá-las, indo atrás dos objetos que lhe chamarem a atenção e tentar levá-los à boca. Também começam a ter maior capacidade motora e vão aprender a se virar. Depois a rolar, a engatinhar e alguns a andar. A partir dessa mobilidade, todo ambiente que ele fica deverá estar com a proteção necessária. Os riscos de quedas, afogamentos, aspiração de objetos e queimaduras aumentam e a atenção para com o bebê precisa ser de proteção passiva, isto é, que o ambiente esteja preparado para sua evolução e descobertas. Assim, além de continuar os cuidados anteriores, é preciso prevenir:

1. Quedas: a. Nunca deixe o bebê sozinho no trocador ou em locais altos, como na cama. Essa costuma ser a primeira queda do bebê e, por ter ele uma cabecinha bastante volumosa em relação ao resto do corpo, ela chegará primeiro ao chão, podendo causar traumatismos cranianos e encefálicos graves. Para estimular o desenvolvimento, o chão protegido com algum colchonete fino é o melhor lugar,

b. O bebê começa controlar seus movimentos de braços e pernas e pode aprender a sentar. Nessa época, um reflexo, de hiperextensão posterior faz com que ele, sem desejo disso, se jogue para trás e bata a cabecinha no chão. Por isso, o uso de almofadas e a presença do adulto cuidador são fundamentais para a sua segurança,

c. Não o deixe em sofás ou cadeira, como se fosse um apoio para aprender a sentar. O bebê não vai ficar parado e as quedas podem acontecer. Brincar no chão protegido lhe dará muito mais espaço para se mover e desenvolver suas conquistas motoras,

d. O berço deve estar em local ventilado, com altura das grades superior ao tamanho do bebê em pé até as axilas. As grades devem ter uma distância máxima de 7cm, para evitar que a cabecinha do bebê ou outra parte de seu corpo passe por ela e fique presa,

e. Cuidado com degraus e escadas. Quando o bebê começa engatinhar, vai tentar ir a todos os lugares da casa e dos espaços em que estiver. As escadas devem ser protegidas com barreiras fixas, como portões e grades, nas duas extremidades,

f. O andador não deve ser usado, nunca, em nenhuma idade. Tanto ele prejudica o desenvolvimento e o andar da criança, como tem sido causa de graves acidentes com traumatismos cranianos significativos!

2. Queimaduras: a. O bebê vai crescer querendo explorar o mundo à sua volta, imitando sempre o adulto. Assim, com o desenvolvimento psicomotor, não se tem apenas o risco de derrubar líquidos quentes no bebê, mas também por ele tentar pegar o que o adulto tem na mão. Por isso, os cuidados precisam ser redobrados!

b. A cozinha é o lugar de maior risco para queimaduras e outros acidentes domésticos, como cortes, lacerações e intoxicações. Deveria ser também proibida e seu acesso impedido por portão. A porta do forno quente é muito atraente para os bebês que podem querer se apoiar nela, ou se enxergar,

c. É mais prudente sempre usar as bocas de trás do fogão, especialmente para os líquidos mais quentes, frituras e panelas abertas. Nunca deixem os cabos de panelas para fora do fogão,

d. Fogueiras, churrasqueiras, braseiros e fogos de artifício não são coisas para se deixar acessíveis às crianças de nenhuma idade,

e. Nunca manipule substâncias inflamáveis com o bebê no colo ou por perto.

f. Não tenha produtos tóxicos, inflamáveis, nem cáusticos em casa. Não tenha álcool acima de 45 graus em casa,

g. Lembre que também a exposição ao sol por tempo prolongado ou em horários depois das 10 horas da manhã e antes das 16:00, além dos efeitos do calor e de desidratação, pode determinar queimaduras importantes.

3. Choques elétricos: a. Todas as tomadas elétricas da casa, acessíveis ao bebê e depois à criança, devem estar protegidas,

b. Não deixem fios elétricos e extensões ao alcance da criança. Nunca mantenha fios elétricos desencapados em uso. Colocar um fio ligado a uma tomada na boca, como o bebê vai fazer com tudo que encontrar, causa choque elétrico, com risco até de morte, podendo ainda determinar queimadura gravíssima, pela transformação da energia em calor.

4. Afogamentos: a. A lavanderia deve ser proibida ao bebê. Uma pequena coleção de água, de 2,5 cm de altura, mesmo num balde ou bacia pode causar o afogamento – não os deixe acessíveis ao bebê,

b. Nunca deixe o bebê sozinho perto ou em piscinas, praias ou outros lugares com coleções de água, ainda que naturais. Mesmo com o uso de proteção com coletes salva vidas (nunca boias ou outros equipamentos), o bebê deve estar seguro por um adulto cuidador atento,

c. Evite o uso de brinquedos que boiam na água com a criança em seu interior, pois podem virar e a criança ficará submersa. Mesmo uma criança maior, de 4 a 5 anos, não consegue desvirá-los,

d. As piscinas ou coleções de água domésticas devem ter cerca de bloqueio em toda sua volta, acima de 150 cm de altura, com portão mantido com trava de segurança.

5. Traumas diversos: a. Evite que o bebê tenha contato com brinquedos ou objetos pesados, que pode deixar cair sobre si,

b. Escolha bem os brinquedos que oferece ao bebê, que sejam de material atóxico, macio, sem bordas cortantes ou pontiagudas,

c. Teste os brinquedos e verifique que não soltem peças pequenas, que o bebê poderá aspirar e sufocar,

d. Não deixe toalhas ou tecidos pendentes nas mesas, pois o bebê poderá tentar se apoiar neles (ele não reconhece a diferença de um pano pendurado e uma parede) e puxar tudo que está em cima da mesa ou do móvel por cima dele,

e. Não deixe produtos de limpeza, produtos tóxicos, ou cáusticos, ou ainda qualquer medicação ao alcance do bebê,

f. Cuidado com animais, mesmo considerados domésticos. As atitudes do bebê e a invasão do território considerado pelo animal como seu, pode desencadear ataques e grandes lesões no bebê.


Fonte: Manual de Orientação da Sociedade Brasileira de Pediatria, Departamento científico de segurança.

 

PREVENÇÃO DE ACIDENTES - Do nascimento a quatro meses de vida

25 novembro, 2023

" Prevenir é melhor do que remediar"

Na infância e parte da adolescência, a maioria dos acidentes acontece no local de moradia da criança e no entorno, traumas esses que poderiam ser evitados na grande maioria das vezes e, com medidas simples de prevenção e proteção. No entanto, acontecem em números assustadores e podem deixar sequelas para toda a vida

A residência e seu entorno, quando se tem crianças e adolescentes, seja como moradores, seja como visitas, devem estar preparados para as possibilidades de sua exploração e de suas tentativas de descobertas, além dos desafios próprios de cada idade, para que se retirem os riscos dos acidentes.

PRINCIPAIS MEDIDAS DE PROTEÇÃO POR FAIXA ETÁRIA:

- Do nascimento a quatro meses de vida:

A maioria dos acidentes nessa faixa etária, quando o bebê é totalmente dependente do adulto cuidador e passivo quanto à sua movimentação, acontece por algum descuido ou distração de pais ou responsáveis. O uso cada vez maior das telas do mundo virtual pelos adultos, especialmente os celulares, que pode ser viciante, tem sido causa de muita desatenção pelas crianças e, em consequência, de muitos acidentes, pois essas distrações deixam o bebê totalmente desprotegido! O uso das telas durante os períodos de supervisão doa bebês é desaconselhado pela Sociedade Brasileira de Pediatria e outras instituições de proteção à saúde do mundo.

1. Queimaduras: a.Cuidado com a água do banho! Se for usar banheira ou baldes e bacias, coloque primeiro a água fria, depois a quente para atingir a temperatura corporal – 36ºC. Mexa bem a água, experimente a temperatura com a região de antebraço (pele mais sensível, como é a do bebê), b. O leite materno é sempre o alimento ideal para o bebê! Mas, se precisar dar outro tipo de leite ou alimento, se recomendado por pediatra, lembre sempre de chacoalhar bem a mamadeira para uniformizar o calor e testar a temperatura na região interna de antebraço antes de oferecer ao bebê. Nunca deixe um bebê mamando sozinho, nunca o alimente no berço ou deitado em carrinho – ele pode engasgar, aspirar e sufocar, c. Se for usar chupetas, elas como as mamadeiras precisam ser esterilizadas. Cuidem em esvaziar a água quente que fica em seu interior antes do uso, d. Nunca manipulem líquidos ou substâncias quentes com o bebê no colo. e. . Não cozinhe com o bebê no colo! Fogão e criança não combinam! A cozinha não é espaço para crianças de baixa idade.

2. Traumas por impacto: a. Os móbiles são bons estímulos para o bebê, inicialmente com sons suaves e com algum movimento, para despertar a sua atenção. Mas, devem estar bem fixados no berço ou carrinho, feitos de material leve. e não soltarem peças, para que não caiam sobre a criança, b. No carro, o bebê sempre deve estar na cadeirinha apropriada à sua idade e peso, fixada no banco de trás, voltada para a traseira do carro. Se o bebê chorar, estacione e somente depois o retire da cadeirinha. Nunca tente acalmá-lo voltando-se para trás, enquanto estiver dirigindo. São segundos de desatenção que podem causar uma colisão e traumatismos de todas as intensidades, c. Cuidado com o acesso de outras crianças pequenas ao bebê. Elas podem querer oferecer brinquedos ou objetos a ele e, jogá-los no interior do berço ou carrinho, atingindo o bebê. Ou ainda, tentar pegar o bebê ao colo, como veem o adulto fazer, d. Nunca deixe uma criança cuidando de outra criança.

3. Afogamentos: a. Nunca deixe seu bebê sozinho na banheira, b. Cuidado quando for virá-lo para lavar suas costas – preste atenção para que o rosto do bebê não encoste na água e ele aspire essa água.

4. Quedas: a. Nunca deixe o bebê sob os cuidados de outra criança. Caso o irmãozinho ou outra criança queira pegar o bebê no colo, oriente, ensine, proteja, para que isso aconteça apenas com um adulto segurando também, b. Sempre que o bebê estiver no bebê conforto ou cadeirinhas, deve estar com o cinto de segurança e com a alça travada, c. Se você estiver carregando o bebê ao colo, nas escadas e degraus, apoie-se sempre no corrimão. Evite pisos lisos, molhados ou escorregadios.

5. Aspiração e sufocação: a. Nunca use correntes ou cordões no pescoço do bebê, b. Se usar chupeta, os prendedores à roupa do bebê são os mais adequados e sempre com um cordão curto, c. Nunca deixe o bebê mamando sozinho, se for indispensável usar mamadeiras, d. No carrinho ou berço, use cobertas e cobertores proporcionais ao tamanho do bebê. Nunca use mantas de tecidos pesados, ou maiores que o tamanho do berço, pois podem dificultar ou mesmo impedir a respiração do bebê, e. Mantenha sempre o bebê protegido das ações de crianças maiores. Elas podem, por exemplo, querer dividir seu alimento com o bebê, colocando pedaços na boca do pequeno. 


Fonte: Manual de Orientação da Sociedade Brasileira de Pediatria, Departamento científico de segurança

 

CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA

25 novembro, 2023


 

RECOMENDAÇÕES PARA OS CUIDADOS COM OS RECÉM-NASCIDOS

21 novembro, 2023

    Cuidar de um recém-nascido nos primeiros dias de vida pode ser desafiador, mas também é uma experiência incrível.

    Aqui estão algumas orientações gerais para os cuidados nos primeiros dias:

1. Alimentação:
   - Amamentação: a Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda aleitamento materno até, pelo menos, os dois anos de idade e, de forma exclusiva, até os 6 meses de vida. A amamentação deve ser sob livre demanda e sem intervalos definidos.
   - Fórmula: Caso necessite utilizar fórmulas infantis, use a fórmula adequada para a idade da criança e siga as instruções do fabricante para a quantidade adequada. Ofereça a fórmula em intervalos a cada 2-3 horas.

2. Troca de Fraldas:
   - Troque as fraldas regularmente para evitar irritações na pele.
   - Limpe a área genital delicadamente com algodão embebido em água morna e aplique pomada para prevenir assaduras.
   - Tente manter a "região de fraldas" limpa e seca.

3. Sono:
   - Os recém-nascidos dormem muitas horas por dia. Tente seguir um padrão de sono durante a noite, mesmo que o bebê ainda não esteja ajustado.
  -  Siga uma rotina tranquila, ajustando a rotina do bebê aos hábitos familiares.
   - É importante que sempre coloque o bebê para dormir de barriga para cima em um colchão firme, em um berço livre de objetos soltos.

4. Banho:
   - Evite dar banho nas primeiras 24h de vida do bebê. O vérnix, que recobre a pele do recém-nascido possui ação protetora.
  -  O banho do bebê pode ser feito na banheira, ofurô ou no chuveiro. Independentemente de onde o banho será dado, a água deverá ser morna. Sempre teste a temperatura na sua pele, antes de colocá-la em contato com o bebê.
  - Além disso, para evitar hipotermias, o ambiente deverá estar com temperatura adequada. Feche as portas e janelas para evitar correntes de ar. Caso more em um lugar frio, o aquecedor será um grande aliado. 
   -  Deixe os produtos separados e com fácil acesso durante o banho. Use sabonete neutro próprio para recém-nascidos.
  -  O banho pode ser feito a qualquer hora do dia, inclusive, inclui-lo na rotina da noite, pode ser uma estratégia calmante para uma noite de sono tranquila. 

5. Coto Umbilical:
   - Mantenha o coto umbilical limpo e seco. O uso de álcool não é mais recomendado.  
   - Dobre a fralda para baixo para evitar atrito.
  - Fique atento aos sinais de infecção, como hiperemias, secreções amareladas ou esverdeadas ou odor desagradável. Nestes casos, procure auxílio médico. 

6. Vestuário:
   - Evite roupas excessivamente quentes. Vista o bebê de acordo com a temperatura ambiente.
   - Certifique-se de que o bebê está confortável, nem muito quente nem muito frio.

7. Monitoramento da Saúde: 
   - Esteja atento a sinais de desconforto, febre, icterícia ou outros sintomas anormais.
   - Alguns recém-nascidos apresentam manchas na pele que são consideradas normais para a faixa etária. Na dúvida, não hesite em contactar seu pediatra.
   - Além disso, programe a consulta do bebê com o pediatra, o que deve ocorrer já na primeira semana de vida.  

8. Interações e Carinho:
   - Dedique tempo para interações afetuosas, como o contato pele a pele.
   - Converse suavemente com o bebê para estimular seu desenvolvimento auditivo.

9. Visitas e Contato Social:
   - Evite muitas visitas nos primeiros dias para permitir que a família se ajuste.
   - Lembre-se que os recém-nascidos ainda não possuem um sistema imunológico competente, por isso, nos primeiros 3 meses de vida, evite saídas desnecessárias ou em ambientes aglomerados/fechados. 
  -  Pessoas doentes, que não sejam os cuidadores,  não devem entrar em contato com os recém-nascidos. 
   - Lave as mãos antes de segurar o bebê para evitar a propagação de germes.

10. Rede de Apoio:
    - A mãe deve contar com uma rede de apoio. Lembre-se, assim que nasce o bebê, também nasce uma mãe.
    - A mãe precisa descansar sempre que possível e aceitar ajuda com tarefas domésticas.
    - Comunique-se com o pediatra sobre qualquer dúvida ou preocupação.

Lembre-se, cada bebê é único, então é importante ajustar essas orientações conforme as necessidades específicas do seu recém-nascido. Se surgirem dúvidas ou preocupações, não hesite em consultar o pediatra.